sábado, 1 de maio de 2010

[Gundam Wing 13 X 5] - Rendição

Como pode... Como pude... Como? É a única palavra que realmente toma tom de dúvida em minha mente. Aliás, dúvida não, apenas... Curiosidade. Não sinto arrependimento por ter vindo aqui. Por me deixar envolver. Mas também até então não tinha percebido o envolvimento. Desonra? Sim, deveria me sentir assim, até porque, do jeito que ele é só consigo concluir que a culpa seja sua. Me deixar levar dessa maneira, aqueles olhos que tudo vêem, tudo falam, prendem. Mas eu não consigo me sentir mal, simplesmente não consigo! Até parece que eu queria. Ou será que eu fui o culpado? Desonra? De qualquer maneira, é uma desonroso de qualquer lado da possibilidade. E eu continuo não sentindo remorso.

XX

Como pode... Como pude... Como? É a única palavra que realmente toma tom de dúvida em minha mente. Aliás, dúvida não, apenas... Curiosidade. Não sinto arrependimento por ter vindo aqui. Por me deixar envolver. Mas também até então não tinha percebido o envolvimento. Não sabia que estava nesse nível. Nem mesmo quando conheci a Leia, naquele hospital, esse sentimento é verdadeiramente novo para mim. Como ele pode ser assim? Culpa? Não, não sinto mais. Depois daquele beijo, não sinto mais culpa. Não quero nem saber se ele é homem ou se é um século mais novo. A culpa disso tudo é dele, certamente. Quem manda ter olhos desse jeito: tudo vêem, tudo falam, prendem. Me sinto nu todas as vezes que ele me olha, todas as vezes que ele me encara. Definitivamente, nessa guerra, eu perdi.

XXX

Wufei se sentou, seus cabelos agora soltos acompanhavam seus movimentos graciosos como uma dança. Ajeitou um pouco o lençol e cruzou as pernas sobre o colchão. A noite estava clara, iluminada pela lua, e o quarto tanto quanto com as suas janelas enormes. Sabia que o outro não estava dormindo, as seu orgulho e sua confusão não o deixariam tomar a iniciativa da conversa. Não pode ver, mas sentiu o olhar do ex-coronel em suas costas nuas e depois o movimento de quem se sentava. Nada. Minutos de silêncio se passaram até que o chinês sentiu um leve roçar em sua nuca, supondo que fosse o nariz do homem atrás de si.
“E agora?” – perguntou antes que não conseguisse mais pensar, o que fez o outro parar.
“O que você quer?” – respondeu com uma pergunta, o que fez Wufei se virar e mostrar seu desagrado com a forma como ele estava tratando a situação.
“Não sei você, mas eu não estou jogando.” – respondeu com profundo desagrado – “Chega de estratégias!”
“Não é estratégia” – falou alisando a face direita do piloto 05 – “Eu sei o que eu quero. E você?”
Aquilo o desarmou, não sabia o que significava. Tempos atrás certamente se esquivaria e se convenceria de que o correto seria ir embora, desaparecer. Mas não hoje. Estava cansado.
“E o que é que você quer?” – mesmo assim, velhos hábitos não morrem.
“Você” – a resposta não demorou nem meio minuto a vir. Aos olhos arregalados do outro, ainda vendo uma ponta de dúvida, continuou – “Para sempre”.
Wufei inspirou e expirou fundo, fechou os olhos e esperou. Ao abri-los engatinhou até Treize e tomou seus lábios par si.
“Nada diferente de mim”
Finalmente, eles estavam quites um com o outro.

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